domingo, 28 de julho de 2013

Sodoma e Gomorra

Diante do clamor de tanta perversidade, imoralidade e desonestidade de seus habitantes, Deus resolve destruir Sodoma e Gomorra (Sodom e Amorah) e comunica o fato a Abraão. O patriarca tenta salvar as cidades: “Talvez haja cinquenta justos na cidade! Sucederia ao justo o mesmo que ao culpado?” Javé concorda, mas com uma condição, salvaria a cidade, se ali fossem encontrados os tais cinquenta justos. Abraão agora já se preocupa com o número mencionado precipitadamente, de forma irrefletida e, como um bom judeu, negocia um abatimento no número, diminuindo cada vez mais o total de pessoas boas, até fechar o acordo com o número de dez justos. Como se vê, Alá nunca foi inflexível. Provavelmente, divertia-se com a argúcia do líder dos hebreus.

Dois anjos são enviados para executarem a pesquisa de campo, ou seja, fazer o recenseamento das pessoas boas, e encontram somente um, o Senhor Lot, que é autorizado a deixar a cidade, antes da destruição.

Se me permitem uma interpretação laica do texto bíblico, não tenho dúvidas que mais pessoas justas existiam na cidade, mas os bons normalmente não aparecem, ficam em suas casas descansando após um dia de labuta, não têm tempo de ir às ruas, por desânimo, cansaço ou medo, e participar de manifestações contra a ignomínia social e política reinante, e por temer a presença dos bandidos e vândalos que se aproveitam da reunião dos justos para saquearem as lojas e lançarem coquetéis molotov na polícia. Os bons não se reúnem, ao contrário dos maus que formam quadrilha, bando, corja, máfia. Nem denominação própria teria um inusitado grupo de boas pessoas reunidas. Se não existissem mais justos em Sodoma e Gomorra, as cidades não teriam nascido, pois o mal nada constrói. O único que deu às caras foi Lot, ao acolher os anjos recenseadores em sua casa. Os restantes se amoitaram com medo da horda de malfeitores. As cidades são construídas por pessoas de bem e depois destruídas pelo desatino dos governantes e por um bando de desgovernados.

O Senhor Lot não estaria vivendo em Sodoma se fosse realmente a única pessoa boa e correta; ninguém consegue viver sem estar incorporado a um laço social, a uma comunidade de iguais. Mas os bons se aquietam nos seus cantos. Vivemos num mundo de predadores e cercados de armadilhas e ardis. Somos ludibriados a todo o momento, pela televisão, internet, jornais, telefonemas, por bandidos que se passam por comerciantes, prestadores de serviços e por políticos. Adquirimos produtos enganosos que nos são vendidos com a maior desfaçatez. Somos furtados e roubados descaradamente, por ações ardilosas ou brutalmente às claras. Somos as vítimas diretas da prepotência, do cinismo e da hipocrisia dos políticos. Nós somos os otários!

E não somos muitos, talvez, uma minoria. Somos, afinal, a personificação do Senhor Lot, e, como ele fez, já está na hora de fazer as malas e dar no pé. Deus já deve estar ouvindo o relato dos seus anjos sobre o comportamento de nossas cidades. E as notícias certamente não são boas.    

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Papagaio

Era meia-noite, eu tentava ler à luz de velas curiosos tomos de velhos jornais, quando ouvi um leve bater nos portais, “Um cobrador!”, assustei-me, mas logo aquietou-se o meu temor, “a esta hora um cobrador não cobra mais”.  Ah, bem me lembro! Era no calor de dezembro, eu me ardendo sem ventilador, caindo de sono, e os mosquitos me comendo, “quem pede entrada em meus umbrais?” Ora, era um papagaio e nada mais.

            Entrou grave e nobre o papagaio, do tempo dos piratas tradicionais, não fez um cumprimento, mas com ar sereno e lento pousou nos castiçais, derrubando as velas no antigo balaio, e a cera derretida nos velhos jornais. De susto, fez sorrir a minha amargura, agora completamente às escuras, disse eu, “papagaio abusado, dize-me qual o teu nome lá das trevas infernais” e olhando-me de soslaio, disse o papagaio, “Nunca mais”.

            De pronto entendi, pertencia ao meu vizinho, a quem na vida pouco vi, mas sua fama conhecia, leitor profundo de poesia, somente ele capaz seria, nas palavras e nos sinais, ensinar o papagaio a dizer “nunca mais”. Sentei-me defronte dele, diante dos castiçais, e, enterrado na cadeira, perguntei-me o que queria esta ave agoureira, que deveria estar dormindo nas palmeiras, das florestas que não existem mais.

            Fez-se então o ar mais denso, como se fosse ardente incenso, para espantar mosquitos, e eu gritei, “Malditos! Se tivesse o ar ligado, ou o ventilador acionado, vocês seriam enxotados às nuvens celestiais!”.  E disse o papagaio, “Nunca mais”.  Levantei-me irado e gritei aos meus umbrais, “Profeta do agouro, de frase única e persistente, não minta, insolente, a luz retornará de repente, diga louro se a energia não volta mais”. E ele disse, “Nunca mais”.

            “Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!”, eu gritei. “Parte! Regressa à tua noite, deixa-me o dia, tamanha luz desejada e jamais racionada em meu casto abrigo. Leva contigo esta dor, de não poder ligar um simples ventilador! Parte daqui, do mundo dos devedores mortais, pobres inocentes, a quem os anjos chamam de gente, e na terra nem nome temos mais”.  E ele disse, “Nunca mais”.

            E o papagaio, na noite infinda, paira por sobre os castiçais. Seu olhar tem a medonha dor de um demônio que sonha, e eu, aguardando a chegada da conta, tentarei um parcelado, pedirei ao cobrador uma graça, se não estiver negativado e devedor cadastrado. E pousado no busto de Beethoven, aquele que ninguém mais ouve, o papagaio tosquiado, como as velas no balaio, percebe que nem sombra tenho mais e que a luz não voltará jamais.

(Com o devido respeito à memória de Edgar Allan Poe e ao monumental poema O Corvo).

domingo, 14 de julho de 2013

Soneto emeiótico, vidiota, surrealista/futurista


Analoa

 
Bonche proxaito fulu
quedevamus brinc.
Analoa? Tul katelus
kedado i produlu.

Atao mojast labirus
katul propaz merredinc.
Analoa? Mic etevemus,
if medrado fu.

Ynoa garroa tendo
fermus enerverus si,
in clarus protegenus.

Analoa? Passus arendo,
claus emargo fi,
fuclaus efedenus.


AVISO

Prezados Senhores Espiões e Decodificadores de Mensagens Eletrônicas das Agências de Espionagem. Não percam tempo em tentar decodificar o soneto Analoa, porque ele não tem significado algum! Todavia, caso pensem que este Aviso não passa de estratégia de desinformação, posso explicá-lo, mediante uma remuneração razoável. Caso a proposta interessar, enviar carta (decodificada, é claro) ao redator.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O CLONE

Logo ao dar entrada no hotel em Nova York, dei de cara comigo. Lá estava eu, sentado na poltrona do saguão, vestindo paletó azul marinho e calça cinza, como eu uso, e gravata de laço duplo, do jeito que eu gosto. Fui ao meu encontro e ele sorridente cumprimentou-me.

“Você veio para o Congresso do Padrão Standard?”, perguntou-me o eu americano. “Sim, vim aprender alguma coisa com vocês”, respondi humilde. Expliquei que eu era brasileiro e representante da Associação Brasileira dos Clones Standard - ABCS, e estávamos enfrentando sérios problemas no Brasil. “Aqui também”, disse ele, “o padrão standard tem o maior número de clones nos Estados Unidos e muitos dos nossos estão exercendo profissões do padrão popular, o que é um absurdo. Se não fosse a vinda de latinos e asiáticos do padrão popular a crise seria muito maior”.

Na conversa, contei que a situação no Brasil era meio diferente. A maioria da população era constituída de clones do padrão popular. Um pequeno número de pais conseguia dinheiro suficiente para comprar DNA do padrão standard para seus filhos, pois o SUS só oferece padrão popular, e a bolsa família não é estendida às pessoas do padrão standard. “Quantos padrões existem no Brasil?”, perguntou-me. “Inicialmente, respondi, copiamos o modelo americano de três padrões somente: o Máster, o Standard, e o Popular. Mas o governo achou pouco e criou o Top Máster, especial para funções de presidentes da república, de multinacionais, de estatais, ministros da Justiça e do Estado, banqueiros, senadores, conselheiros em geral, Eike Batista e Neymar Jr. O padrão máster ficou reservado para deputados federais, promotores, governadores, executivos, diretores de empresas e técnico-professor de futebol”.

“Bem, disse ele, pelo menos o padrão standard continua bem diversificado no seu país. Todas as demais funções intelectuais permanecem restritas ao nosso padrão”. “É verdade”, concordei, “mas houve uma pressão dos representantes do padrão popular e agora surgiu um projeto de lei criando um novo padrão de clones, inferior ao popular, já apelidado pelo povo de padrão bundão. Já imaginou? Se este projeto for aprovado os populares vão querer aumentar de status e atuarem nas funções do standard”.

O eu americano ficou calado, pensativo, da mesma forma que eu me comporto quando estou refletindo, ou quando estou na privada. Aproximei-me e disse: “Bom tempo aquele em que as pessoas nasciam naturalmente e com a inteligência que Deus lhes deu”.  “Não fale assim!”, alertou-me nervoso, “Isso é conversa de terrorista! O FBI anda investigando uma contaminação do DNA com os genes do suposto falecido Bin Laden! A barra está pesada por aqui!”.

E como sempre eu faço quando estou apreensivo, alisou os cabelos e apertou o nó da gravata. Confesso que não fui com a minha cara, que sujeito medroso eu sou!

domingo, 7 de julho de 2013

Relatório Fiscal


Processo nº. 402.338/75 – Ordem de Fiscalização nº 0385/75
Finalidade: Vistoriar a Fazenda Sagrada Família para fins de apuração do ITR.

 Senhor Diretor,

Lamento informar o fracasso da minha tentativa de vistoriar a Fazenda Sagrada Família, na região do alto Tietê, São Paulo, nas proximidades da localidade de Feliciano.

O descumprimento da minha obrigação deveu-se aos fatos abaixo narrados, alheios totalmente a minha vontade, razão de solicitar a compreensão de V. Sª e de despachar o processo sem o resultado da vistoria, uma falha processual, entendo perfeitamente as prováveis contrarrazões, mas que poderia ser dissimulada por motivo relevante aos trâmites administrativos, dispensando-se o procedimento por “ordens superiores”, fato que se sabe rotineiro nos dias atuais, se V. Sª me permitir tal sugestão.

Ao chegar à região de Feliciano, aproximei-me de um pequeno lugarejo onde todos os habitantes andavam cabisbaixos, olhando para o chão, atitude bem diferente das demais localidades cuja presença de um estranho despertava a curiosidade de todos, dirigindo seus olhares indiscretos ao visitante, contudo, estranhamente, passavam sem notar a minha presença ou fingiam não me ver, comportamento logo percebido que não era pessoal, porque ninguém se falava, não se olhava, como se nada mais existisse ao redor.

A não ser o som do motor do meu carro e o persistente latido de um cachorro vadio, desmerecedor também de qualquer atenção por parte dos transeuntes, o lugarejo parecia coberto de uma fúnebre mortalha a exigir um silêncio absoluto, de respeito a qualquer acontecimento havido, sobre o qual eu desconhecia completamente o seu fundamento.

Entrei no bar e em cada mesa um cidadão solitário, sentado, a beber sua bebida, segurando seu copo, de olhar fixo na ponta de seus sapatos ou na garrafa à sua frente, todos calados, talvez entretidos em pensamentos sinistros, mas não deixei minha educação de lado e cumprimentei aquele que parecia ser o dono do bar, a provocar de imediato, o som da minha voz, um desencadeamento de movimentos bruscos, com a fuga de vários clientes, todos correndo porta a fora, como se o meu cumprimento fosse um grito ofensivo e ameaçador, deixando o dono do bar perplexo e, sempre cabisbaixo, a segredar ao meu ouvido com a voz trêmula: “Fale baixo!”.

Em tais circunstâncias, somos geralmente levados a concordar e acompanhar as normas existentes, motivo de minha resposta sair sussurrante: “O que está acontecendo?”, e ter de resposta: “Cuidado! Alguém pode ouvir nossa conversa” e imediatamente afastou-se de mim, pois foi a recolher copos e garrafas abandonadas nas mesas, deixando-me acompanhado apenas da minha profunda surpresa, afinal, quem estaria interessado em ouvir a nossa conversa, se, aliás, nem conversa existira, tão somente um cumprimento?

Ainda intrigado com tais estranhas reações, fui repentinamente cercado por sisudos policiais e conduzido à delegacia da cidade, não só eu, mas também o dono do bar, que esperneava e sussurrava sua inocência e a cada momento tomava violenta bordoada que eu já não sabia se os sussurros eram frutos da inocência anunciada ou das dores sofridas pelos golpes, e quanto a mim logo percebi a truculência da ação policial, motivo razoável para não reagir e nada contestar, o que por certo me livrou do espancamento, tudo há de ser esclarecido na delegacia, assim eu pensava.  

Foi ou não foi esclarecida a ocorrência até hoje não sei, porque o delegado insistia em acusar-me de conspiração, conluio e formação de quadrilha, pois várias testemunhas denunciaram-me de ter usado um código ao dizer “bom dia” ao dono do bar, ou que eu dera uma ênfase nitidamente suspeita ao pronunciar a palavra “bom”, estendendo o som, parecido com “boooommm”, sem dúvida, uma conotação manifestamente indiciadora de uma mensagem criminosa, aquela forma de expressar-se, como se fosse uma senha previamente combinada entre terroristas, e de dedo em riste a chamar-me de comunista ou ativista, não entendi bem.  

Passei o dia a protestar inocência, provando que nunca vira o dono do bar, que eu era um forasteiro, auditor fiscal federal devidamente concursado, o que comprovei esvaziando meus bolsos, documentos e dinheiro, este retido pelas autoridades para posteriores averiguações de sua legitimidade e não mais devolvido.

Durante o interrogatório queriam saber o motivo da minha presença na localidade e ao dizer o nome da fazenda a ser vistoriada, senti a forte preocupação dos policiais a insistirem pela confirmação de que a fazenda era aquela mesma, de propriedade do Dr. Fulano de tal, e eu confirmava que sim, porém, já sem saber se a informação me ajudava ou piorava a minha periclitante situação.

Ao anoitecer, fui liberado às pressas, sob ordem de abandonar imediatamente a região, e não vistoriar fazenda coisa alguma e se essas ordens não fossem cumpridas eu seria preso e levado a destino ignorado, e, enquanto eu negociava minha soltura, vim a saber pelo delegado que o dono do bar seria mantido preso até a conclusão das investigações, devido também às suspeitas antigas que havia contra ele em denúncias sobre a maneira de lavar os copos, assim, da direita para esquerda, muito suspeito mesmo, e a forma de recolher o lixo e de olhar os fregueses.

Foi esse o motivo que me levou a não vistoriar a fazenda. Tenho certeza que V. Sª entenderá as razões e dará irrelevância ao descumprimento da obrigação. Este é o relatório.

terça-feira, 2 de julho de 2013

A razão maior das manifestações

De uma passeata inicial contra o aumento das passagens de ônibus, a manifestação tomou vulto e agigantou-se por todo o país como um grito de basta! Um grito contra a inoperância, a omissão, o despreparo, a corrupção, a arrogância dos agentes políticos. Um grito contra a lassidão do próprio povo.

E os governantes insistem em não entender o verdadeiro motivo do reclamo. Respondem que aumentarão as verbas destinadas aos serviços essenciais, milhões ou bilhões a mais para a saúde, para a educação, para o transporte público, e não percebem que o povo não se importa ou faz cálculos de cifras astronômicas. O povo quer QUALIDADE de serviços, QUALIDADE de gestão! E qualidade não é condicionada a gastar mais, e, sim, investir com eficácia, com sabedoria.

Afinal, quem são os nossos gestores de serviços públicos? São políticos que NUNCA conseguiriam uma vaga de direção numa grande empresa privada, ou, então, seria apenas uma figura decorativa lá colocada puramente para fins políticos e lobistas. As grandes empresas não são loucas de deixarem pessoas incapacitadas, incompetentes, preguiçosas, e algumas até corruptas, assumirem posições de comando nas suas atividades. Enquanto isso, políticos despreparados são nomeados para funções da mais alta importância, em razão de conchavos e distribuição de empregos entre membros dos partidos, em troca de apoio político, acordos espúrios, negociatas e tramóias. O currículo não conta, conta o QI de “Quem Indicou”.

A piorar, esses “gestores” de meia tigela assumem suas posições com arrogância e estúpida altivez, como se fossem os aristocratas dos tempos imperiais. Suas portas estão sempre fechadas ao público, escondem-se das cobranças e reclamações, protegidos por severa vigilância, mas, quando sem alternativa são obrigados a atender alguém, empinam o nariz e tratam a pessoa como se esta fosse uma reles plebéia. Em geral, a mediocridade se disfarça com a arrogância.

Nenhum desses “gestores” consegue resolver a questão crucial de atendimento nos serviços de saúde, cujo problema se sintetiza nesta simples palavra: atendimento. Filas e filas se formam nos postos de saúde e hospitais, pacientes nos corredores, falta de medicamentos, aparelhagens, equipamentos, higiene, ambulâncias, e os parvos “dirigentes” jogam a culpa na falta de médicos, como se este fosse o único motivo do péssimo serviço, ou melhor, de sua inexistência.

O serviço de educação não funciona por faltar dinheiro. O que falta é GESTÃO! No Rio de Janeiro andaram comprando tablets na base de R$2 mil cada um, tablet simples que se compra a R$800 nas lojas. E os professores denunciam que a maioria dos aparelhos já chegou quebrada, ou defeituosa, nas escolas. A Educação precisa é de professores devidamente capacitados e com remuneração condigna, além de maior autonomia da direção das escolas, hoje sendo obrigada a acatar ordens absurdas dos tais “gestores”. O objetivo político atual da educação é o de massificar as escolas e apressar a formação dos alunos, como se uma escola fosse uma indústria de diplomas.

Esses “gestores” jogam a culpa do péssimo serviço de transporte público em cima das empresas de ônibus. Ora, as empresas vivem de lucro, não são instituições de caridade. O que falta é fiscalização no cumprimento dos contratos ou dos editais de licitação. E honestidade nas concorrências.

Enfim, o povo está de saco cheio! Está cansado de presenciar tamanha inoperância. Está cansado de ouvir somente justificativas e explicações vazias desses “gestores” instalados em seus tronos da soberba. O serviço público brasileiro está repleto de técnicos, profissionais capazes e competentes que dariam melhor contribuição se não fossem relegados aos escalões inferiores, obrigados a se subordinar a esses invasores ineptos, que assumem posições de comando em áreas que lhes são totalmente desconhecidas.