sexta-feira, 10 de abril de 2015

O escândalo da Petrobrás na comunidade

Fui de manhã comprar o pão de cada dia e encontrei diversos conhecidos da comunidade conversando em frente da banca de jornais do Daniel. A dona BPereira estava, como sempre, exaltada: “Por que a polícia não mete a porrada? Polícia só bate em pobre!”, dizia ela com as mãos segurando a barriga enorme. Dona BPereira vive grávida, já é o seu estado normal.

Quis saber o assunto da discussão e o Daniel me explicou que o tema era a roubalheira na Petrobrás. Dona BPereira interveio: “Não é isso que estamos discutindo! Eu quero saber por que essa tal de Djanira ainda não foi presa!”.

Seu Broa concordou com aquela sua voz mansa: “Neste ponto, concordo com a BPereira; essa tal de Djanira já foi encontrada em várias casas de criminosos e sempre é solta. Deve ter um baita pistolão”. 

“Djanira?”.  O Daniel explicou: “Sabe que é doutor? O jornal está dizendo que a polícia entrou numa casa ontem e prendeu novamente essa tal de Djanira. Em toda invasão de casa lá está ela!”.

Chinelinho, com sua voz estridente, gritou: “E tem um tal de Picasso que também já foi preso um monte de vezes!”. O Índio das Verduras protestou: “Oh, Chinelinho, modera a sua boca! Têm senhoras no recinto! Nada de palavrão!”. Dona BPereira deu uma gargalhada: “Não liga não, Índio, homem que se diz picasso vai ver na hora não tem nada, kkkkkk”.

O Henheco, o eletricista extremista, comentou furioso: “Na verdade, só estão prendendo os comunistas. A burguesia está solta. Numa dessas invasões pegaram um gringo, um tal de Land Rover, e nunca mais tivemos noticia dele”.

Resolvi entrar na conversa: “Mas, Henheco, vários empreiteiros foram presos...”. Ele deu uma risadinha irônica: “Ora, doutor, foram presos por que ajudaram o PT. O senhor não ouviu falar no bom burguês?”

A dona Zica da Tainha entrou na conversa: “E os ratos? Jogaram ratos na dona Dilma”. Henheco voltou a carga: “Ratos não! A burguesia nem conhece rato e jogou aquele porquinho da Índia pensando que era rato!”.

Fiz outra intervenção: “Não era porquinho da Índia, era Hamster”. Henheco: “Era o quê?” Respondi: “Hamster, parece rato, mas não é”.

Ele deu um sorriso irônico: “Estão vendo? Até rato de burguês tem nome diferente”.

Seu Manuel gritou na frente da padaria: “Já saiu o pão!”. Aproveitei a deixa, caí fora e fui comprar o meu pão. De longe, ouvi Chinelinho perguntar ao pessoal: “Será que esse gringo, esse tal de Hamster, vai ficar na cadeia?”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário