sábado, 26 de dezembro de 2015

O vento e os gases

Os Municípios estão na bancarrota! Mas, não por culpa de seus gestores (pelo menos, em parte). O problema maior está na retração da economia, cujo motivo é assunto misterioso, do mais alto sigilo, vamos dizer até de segurança nacional. Por certo, um complô internacional neoliberalista com a intenção de derrubar os ideais neossocialistas do governo autêntico!

De qualquer modo, as prefeituras sofrem. Pouca receita, nenhum repasse, eleições próximas, os prefeitos estão aflitos! Situação tão angustiante que de nada adianta jogar a culpa no governo federal, nas pedaladas, na roubalheira desenfreada, no desajuste fiscal, na ficha borrada do presidente do congresso, ou no cenário internacional, na matança pelo estado islâmico, na queda do preço do petróleo, no levy, na princesa sonolenta ou na bruxa malvada, ou, então, nos sete a um da alemanha, ou no dunga e seus seis irmãos.

O motivo maior da crise foi denunciado pela presidente Dilma na ONU: o armazenamento do vento! Ou seja, o fracasso da ciência em inventar um modo de armazenar vento, de forma econômica autossustentável (adoro essa palavra). Se conseguíssemos estocar vento, o Brasil estaria em situação muito mais vantajosa, porque, todo mundo sabe, aqui venta muito. E como venta nesses brasis!

Aprende-se na escola que vento é o ar em movimento. Da mesma forma aprendemos que, desculpe a palavra chula, peido é uma ventosidade expelida pelo ânus. E brasileiro peida muito! Fato já comprovado pelos cientistas de ocasião que fazem pesquisas inúteis (mas ganham bolsa do governo). A razão ninguém sabe, talvez pelo feijão (“feijão faz gás”, dizia a minha avó), mas a verdade é que a ventosidade expelida em nossa terra é gigantesca, chegando a afetar a camada de ozônio. Vem daí a sábia advertência da nossa presidente: se houvesse tecnologia apropriada para armazenar as ventosidades e aproveitá-las na geração de energia autossustentável (adoro essa palavra), a economia brasileira seria, provavelmente, a maior do mundo, até mesmo superior a dos Estados Unidos, porque, fato notório, americano peida pouco (come pouco feijão, talvez).

Urge a descoberta pelos cientistas de uma maneira de estocar os peidos, até então liberados graciosamente, sem qualquer retribuição monetária, como se o povo pudesse liberar seus gases sem receber uma gratificação correspondente, ou pagar um ônus tributável. Um verdadeiro absurdo! Estamos desperdiçando uma importante fonte de energia, expelida à ilharga!

Vem daí a especulação a respeito do discurso da Presidente: ou o Governo pretende lançar a “Bolsa Peido”, ou pretende instituir o “Imposto do Peido”. Em vista da feiura da palavra, de péssimo gosto (não sei se alguém já ingeriu peido para explicar o seu gosto), a Bolsa deverá ter outra denominação, do tipo “Bolsa Pós Refeição”, ou “Bolsa Complementar da Digestão”. Meio salário mínimo mensal para cada peidão e estamos conversados.

Em relação ao imposto, os juristas entendem que seria uma Taxa e não Imposto. Uma espécie de taxa de poder de polícia, todo mundo que tivesse vontade de expelir gases, faria um requerimento, o boleto seria emitido e o dinheiro recolhido aos cofres públicos. Tudo isso pela Internet. Como haveria muita sonegação (os contribuintes peidariam sigilosamente, ou simulariam o peido batendo palmas na hora do evento), a melhor recomendação seria a liberação do Alvará do Peido. E a taxa seria paga anualmente em valores fixos estimados.

Ao mesmo tempo, os pecuaristas seriam obrigados a pagar a Taxa do Peido Vacum, pois todo mundo sabe que boi peida muito. Os ambientalistas estão alvoroçados, doidos para botar a mão nesse dinheiro. Está aí uma forma de o governo ganhar dinheiro com o vento, não importa a sua origem. Desde que seja autossustentável (adoro essa palavra!). 

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