quinta-feira, 8 de setembro de 2016

As promessas dos candidatos a Prefeito

A campanha política atual para Prefeito mostra que os candidatos dão preferência absoluta aos temas da saúde, educação e transporte. Alguns deles também comentam o problema da segurança. São, realmente, os assuntos do gosto dos eleitores.

Todavia, nenhum deles explica como fazer dinheiro para pagar todos os investimentos prometidos. Não comentam a necessidade de ampliar e modernizar a máquina fazendária para que os recursos arrecadados permitam as melhorias na saúde, educação e nas vias urbanas. Eles consideram esse assunto despiciente, que não interessa a maioria do pacato e burro povo brasileiro. Pois, para eles, o povo só quer ouvir coisas boas, mesmo que sejam vãs promessas, desprovidas de soluções lógicas.

Afinal, as Prefeituras sofrem uma das maiores crises financeiras dos últimos vinte anos. Em muitos Municípios os salários dos servidores estão atrasados, os fornecedores não recebem, as obras são interrompidas, e os candidatos a prometer grandes investimentos, como se a economia mudasse radicalmente com as novas eleições municipais. E se o povo acredita nisso, a razão só pode ser a sua grande burrice. Desculpe o termo ofensivo, mas não há outra razão para o povo acreditar em quimeras.
Aliás, talvez haja, sim, outra razão: é a esperança. Essa esperança de milagre, de ter fé no impossível. Disse o Presidente do Comitê Internacional Paralímpico que a esperança não tem medo. Pode ser, mas ter esperança sem objetivo prático é mesmo uma burrice.

Quero ver um candidato explicar como reduzir a sonegação de tributos. Em média, os Municípios perdem 45% de IPTU não quitado e de imóveis não lançados. A sonegação do ISS alcança a média de 35%. As taxas municipais, entre inadimplência e falta de lançamentos, uns 60% de perda. E a piorar, temos os Municípios que nem cobram os tributos de sua competência.

Muitos desses candidatos que estão aí dizem entre amigos que cobrar IPTU significa perder eleitores. E ao mesmo tempo, prometem grandiosos investimentos. De onde virá o dinheiro, isso eles não explicam.
Enquanto isso, a Fiscalização não consegue adquirir uma viatura para fiscalizar. Não consegue um computador para controlar os contribuintes. Os servidores fiscais são vistos como “inimigos” do Prefeito, porque cobra dos contribuintes (eleitores) o que eles devem. Já ouvi de um Prefeito que “se ele pudesse, acabaria com o quadro fiscal, que só lhe traz aborrecimentos”.

Neste período pré-eleitoral é proibido fiscalizar! A Procuradoria Fiscal não pode protestar os devedores! Todos os servidores do Fisco devem, nesses meses, apenas fingir que trabalham. Tudo para que não prejudiquem os candidatos do governo.

E na campanha, os candidatos prometendo milagres. Abrolhos, povo brasileiro!

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