domingo, 9 de outubro de 2016

Vagas restritas nas prisões provocam controvérsias

Estapafúrdio Beltrão, reputado morador da cidade de Jabuticaba, foi apanhado quando tentava ingressar fortuitamente no Núcleo Prisional da região. Na entrevista à imprensa, o diretor da prisão enalteceu as ações dos agentes penitenciários contra as tentativas de invasões. “Neste mês, já foram doze tentativas frustradas pelos agentes”.

O respeitado senhor Estapafúrdio Beltrão foi mais um a tentar uma vida pacata e segura no interior das penitenciárias. Ao ser devolvido ao lado externo da prisão, o senhor Estapafúrdio lamentou-se às lágrimas: “A vida aqui fora está difícil e violenta. O meu sonho era o de ter alimentação regular, conforto e segurança”.

Os internos do Núcleo Prisional festejaram as ações dos agentes. “O espaço que dispomos está perfeitamente adequado ao número atual de internos. Não podemos permitir novas invasões”, disse Lançolino Beira, ex-prefeito de Jabuticaba, que após sua derrota nas eleições conseguiu vaga na prisão.

A população reclama justamente dos critérios de aprovação dos internos. Alegam a existência de uma verdadeira máfia na seleção dos candidatos. “Só consegue (vaga) os apadrinhados”, reclamou a esposa de Estapafúrdio Beltrão, ao recebê-lo de novo na sua casa.

O diretor do Núcleo Prisional contestou tal afirmação: “Isso não é verdade! Há um critério seletivo muito bem elaborado e a comissão de seleção é integrada por pessoas capazes”. O internamento exige, entre outros requisitos, ficha limpa (ou suja com efeitos positivos), idade superior a trinta anos, comprovadamente delator, leniente e não fumante. Diversos candidatos deixaram de fumar nos últimos anos.

A Associação dos Pretendentes ao Internamento – API - lançou manifesto pedindo ao governo a ampliação das penitenciárias, a fim de atender um maior número de internações. O governo, porém, alega que a verba está totalmente comprometida com as despesas internas de alimentação requintada, ar condicionado central, salões de ginástica e de repouso, bibliotecas, cinemas e quadras de esportes.

Outra exigência da API é o fornecimento de tornozeleiras eletrônicas aos que não conseguem internação. Entende a API que a tornozeleira daria maior segurança às pessoas que vivem do lado de fora. Uma espécie de ‘espanta-ladrão’. O governo ficou de estudar a proposta.

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